sábado, 19 de setembro de 2015

A BIBLIA VS Livro dos Mórmon

O Livro de Mórmon, igualmente, possui muitas inexatidões, especialmente quando converificou-se que toda a geografia do livro de Atos foi confirmada pelo ex-cético Sir Williamtrastado com a Bíblia. O jornalista Lee Strobel menciona uma comparação interessante:  Ramsay, de Oxford, enquanto que os lugares e pessoas mencionados no Livro de Mórmon permanecem obscuros até hoje.



Segundo o livro Alma 7:10, Jesus haveria de nascer em Jerusalém (e não em Belém, conforme o registro em Lucas 2:4 e a profecia em Miqueias 5:2).

Helamã 14:20, 27 declara que as trevas cobriram a Terra inteira durante três dias na ocasião da morte de Cristo (e não durante três horas, conforme o registro de Mateus 27:45 e Marcos 15:33). Dessa forma, Maria não poderia ter ido ao túmulo na manhã de Páscoa.

Alma 56:15 indica que os crentes foram chamados “cristãos” já em 73 a.C., e não em Antioquia, conforme a informação dada em Atos 11:26. É difícil imaginar como alguém poderia ter recebido o título de cristão tantas décadas antes do nascimento de Cristo!

Helamã 12:25, 26, alegadamente escrito no ano 6 a.C., cita João 5:29 como fonte escrita prévia, introduzindo-a com a palavra “lemos”. É difícil aceitar que uma citação pudesse ser tirada de uma fonte que não fora composta até muitas décadas depois de 6 a.C.!

A Bíblia VS Alcorão

O Sura 2:249. Quando o rei Saul, de Israel, saiu marchando com suas tropas, disse: “Deus vos testará por meio de um rio. Aquele que dele beber não fará parte do meu grupo; aquele, porém, que não provar dele, a não ser por meio de beber pela mão, fará parte do meu grupo.” Faz-se aqui tremenda confusão entre Saul e Gideão (confira Juízes 7:5-8).

Sura 61:6: “E lembrai-vos de quando Jesus, Filho de Maria, disse: ‘Ó filhos de IsraAlcorão dos muçulmanos possui sérias incoerências e inexatidões históricas (mesmo sendo muito mais recente que a Bíblia). Exemplos: 

el, em verdade sou o apóstolo da parte de Deus para vós, a fim de confirmar uma lei que foi dada antes de mim, a fim de anunciar um apóstolo que virá após mim, e cujo nome será Ahmad.’” O autor certamente obteve isso a partir do título Parakletos, que Jesus atribuiu ao Espírito Santo, em João 16:7. Confundiu-se Parakletos com Periklytos (famoso, louvado) que, em árabe, seria Ahmad ou Muhammad (Maomé). 

Algum tempo atrás, circulou pela internet um daqueles e-mails sensacionalistas dando conta de que teriam sido descobertas moedas com o nome de José do Egito. Era, na verdade, um grande mal-entendido. A informação proveio do jornal egípcio Al-Ahram, via site Memri. Outro site que repercutiu o assunto foi o Urban Christian News. Este até publicou uma foto, dando uma tremenda “barrigada” jornalística. As moedas da imagem são, na verdade, gregas e trazem a inscrição “Basileos Ptolomaios”. Nada de hieróglifos. Detalhe: José viveu por volta do ano 1850 a.C., enquanto Ptolomeu viveu no terceiro século a.C. 

No tempo de José não havia moedas. As fotos do site árabe são escaravelhos entalhados em alabastro e em pedra, e definitivamente não se trata de moedas. A moeda foi inventada no 8º século a.C. pelos lídios. Ademais, onde estão o rosto e o nome de José nesses artefatos? Além disso, José não era faraó. Como teria uma moeda esculpida com seu nome e rosto? Além do que, por ser judeu, não consentiria com esse tipo de homenagem pictográfica.) 

Parece que o Dr. Sa’id Mahammad Thabet, que é muçulmano, quis provar a exatidão do Alcorão, que na Sura 12:20 diz que os irmãos de José o “venderam por um preço baixo, um número de moedas de prata”. Muito material do Alcorão é “emprestado” da Bíblia, que é bem mais antiga que o livro sagrado dos islâmicos. O que ocorre neste caso específico é uma corruptela da tradução malfeita do texto bíblico de Gênesis 37:38: “Passando, pois, os mercadores midianitas, os irmãos de José, alçando-o da cisterna, venderam-no por vinte ciclos de prata aos ismaelitas, os quais o levaram para o Egito” (Almeida Contemporânea). A versão Almeida Revista e Atualizada traz a palavra “moedas” em lugar de “ciclos”. Ocorre que o original hebraico traz apenas “vinte de prata”. A palavra shekels (= peças, pedaços, peso ou ciclos) foi um acréscimo posterior ao texto original. O Alcorão, baseado numa tradução bíblica imprecisa, colocou “moedas”.
O que Thabet fez foi tentar “salvar” o texto corânico, indo na contramão de outros estudiosos, ao afirmar que há textos da 3ª, da 6ª e da 12ª dinastias que mencionam moedas. Só que ele usa a palavra deben, que, à semelhança de shekel, era também usada para se referir à medida de peso (como o futuro talento) e pesava 21 gramas.

Fica aqui a advertência para que não espalhemos informações imprecisas (e/ou até inverídicas) por aí. (

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Deus e a Escravidão



Um erro grave cometido por muitos cristãos atuais é ler o Antigo Testamento como se ele tivesse sido escrito no século 21 e para nós, ocidentais. Ao lermos o texto bíblico, precisamos nos lembrar de que ele foi escrito no Oriente Médio, no 2º e 1º milênios antes de Cristo. Acredite, pois isso resolve muitos problemas! Em lugar de comparar leis e práticas de Levítico, Números e Deuteronômio com leis atuais, compare com os códigos de leis dos povos daquela região e época.

Ilustraremos isso com o caso da escravidão. Deus permitiu a escravidão? Sim. Essa foi a primeira lei que Deus deu aos israelitas, quando eles saíram do Egito (cf. Êxodo 21:1-11). Mas não tire conclusões precipitadas disto. Veja como era a escravidão em Israel: Na lei mosaica, sequestrar alguém para ser vendido como escravo era um crime punido com pena capital (Êxodo 21:16). Um escravo hebreu deveria trabalhar apenas seis anos para pagar sua dívida, sendo liberto no sétimo ano sem pagar nada (Êx 21:2). Além disso, ele deveria receber de seu proprietário alguns animais e alimentos para começar a vida novamente (Deuteronômio 15:13, 14)(1). Durante seu período de serviço, o(a) escravo(a) teria um dia de folga semanal, o sábado (Êxodo 20:10).

Notou alguma diferença entre a escravidão bíblica e aquela mantida em nosso país, há alguns séculos? A diferença também é significativa quando comparamos essas passagens bíblicas com o famoso Código de Hamurabi, rei de Babilônia, no 18º século a.C. Se algum escravo fugisse, ele deveria ser morto; enquanto que, em Israel, esse escravo deveria ser protegido (Deuteronômio 23:15, 16). Proteger um escravo fugitivo, em Babilônia, era uma grande ofensa, também punida com morte, como evidenciado nas leis 15-20 do referido código. (2)

Alguém pode questionar o motivo pelo qual Deus não aboliu a escravidão entre os israelitas. Lembre-se de que eles estavam inseridos numa cultura impregnada dessa prática. Mesmo que Deus a abolisse, isso não mudaria a forma como eles pensavam. A título de ilustração, imagine o árduo processo cultural para tornar a Arábia Saudita em uma democracia! Mesmo que essa mudança fosse feita, ainda levaria um bom tempo até que a mentalidade da nação fosse mudada. No entanto, a legislação israelita oferecia um tratamento muito mais humano para os escravos, colocando escravo e senhor em pé de igualdade (cf. Jó 31:13-15).

sábado, 23 de maio de 2015

Cinco Provas Históricas da Passagem de Jesus por este Mundo

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Eu li, no número 450 da revista Época, as seguintes linhas de Hildeberto Aquino:

“Jesus é a maior ilusão da humanidade, à custa da qual oportunistas se locupletam. De sua efetiva existência, não há uma só prova cabal, científica, irrefutável. Tudo se resume a intencionais conjecturas com o propósito de iludir e oprimir os incautos e deles sugar até a última gota da consciência…e de dinheiro”.

Para o Hildeberto Aquino, portanto, Jesus é uma criação dos vigaristas. Um personagem inventado por alguém que apenas quiz causar a alienação de todos nós e arrancar dinheiro dos crédulos, dos ingênuos, dos trouxas…Hildeberto pertence a família dos “Novos Ateus”, da qual fazem parte o filósofo americano Daniel Dennet e o zoólogo britânico Richard Dawkins. Ambos em 2006, lançaram manifestos dedicados a contextar a existência de Deus.

Agora vamos revelar como de fato Jesus Cristo existiu (e ainda existe), desmintindo a afirmativa do materialista Hildeberto Aquino.

Prova Histórica Nr. 01

A bela Bíblia sagrada. Ela não é apenas um livro religioso, é também um magnífico livro histórico. Tudo que apresenta sobre Jesus Cristo, a Palestina, o Egito, a Assíria, o Império Romano, as regiões do Oriente, os seus reis, os seus profetas, os apóstolos, tudo tem o cunho da verdade.

Prova Histórica Nr. 02

O texto do historiador judeu Flávio Josefo, da época de Cristo. Ele evocou a incomparável figura deste no capítulo terceiro do volume XVIII da obra Antiguidades judaicas.

Reproduzo aqui o texto:

“Entretanto existia, naquele tempo, um certo Jesus, homem sábio…Era fazedor de milagres…ensinava de tal maneira que os homens o escutavam com prazer…Era o Cristo, e quando Pilatos o condenou a ser crucificado, esses que o amavam não o abandonaram e ele lhes apareceu no terceiro dia…”

Como estamos vendo, o historiador Flávio Josefo mencionou, inclusive, a ressurreição do Verbo Divino !

Prova Histórica Nr. 03

O texto de Públio Cornélio Tácito, um dos maiores historiadores da Antiguidade (56-57 AC), na parte XV dos seus Anais:

“Nero infligiu as torturas mais refinadas a esses homens que sob o nome comum de cristãos, eram já marcados pela mais merecida das infâmias. O nome deles se originava de Cristo, que sob o reinado de Tibério, havia sofrido a pena de morte por um decreto do procurador Pôncio Pilatos”

Comentário do grande historiador inglês Edward Gibbon (1737-1794) sobre esta evocação do autor de Dialogus de Oratoribus:

“A crítica mais cética deve respeitar a verdade desse fato extraordinário e a integridade desse tão famoso texto de Tácito.”

Prova Histórica Nr. 04

A carta do procônsul Plínio, o jovem (62-114, após JC), enviada ao imperador Trajano. Eis dos trechos da carta:

“…maldizer Cristo, um verdadeiro Cristão não o fará jamais…cantam (os cristãos) hinos a Cristo, como a um Deus…”

Prova Histórica Nr. 05

Um trecho do capítulo XXV do livro quinto da obra Vitae Duodecim Caesarum (Os doze césares), escrita pelo historiador romano Suetônio (cerca de 70-130 d.C.). Nesse trecho do capítulo no qual evoca o imperador Tibério, ele assim menciona o Nazareno:

“Expulsou de Roma os judeus, que instigados por um tal Chrestus (Cristo), provocavam frequentes tumultos.”

Estas cinco provas históricas, citadas por nós, destroem totalmente a infeliz declaração de Hildebrando Aquino, que garantiu que “não há uma só prova cabal, científica, irrefutável”, da passagem de Jesus por este mundo. Hildeberto, você tem autoriddae para invalidar as informações da Bíblia, os textos dos historiadores Flávio Josefo, Suetônio e Cornélio Tácito, do procônsul Plínio, o jovem? Você despreza a opinião do insigne historiador inglês Edward Gibbon sobre o escrito de Tácito, onde este se refere a Jesus Cristo?

Por favor, Hildeberto, leia mais, estude mais, adquira mais conhecimentos. Não desrespeite a nossa fé com afirmativas absurdas, insensatas, nascidas de uma profunda carência de cultura.

terça-feira, 19 de maio de 2015

A Religião Enfrenta o Fundamentalismo Ateu

A Religião Enfrenta o Fundamentalismo Ateu
Publicado em 13/09/2011 por Blog Sétimo Dia
Enquanto estava pregando em Alberta, Canadá, fiz uma referência de passagem sobre o ateu britânico Richard Dawkins. Não esperava que o nome fosse registrado por alguém na plateia. Fiquei surpreso quando uma jovem mulher me abordou sobre minhas observações no final da pregação.

“Há uma pessoa no escritório onde trabalho, um amigo meu. Ele está lendo Dawkins e está muito impressionado. Você sabe de alguém que responda para ele – qualquer livro que eu possa recomendar?”

“Alister McGrath”, disse, enquanto ela escrevia: “O nome de seu livro é O Delírio de Dawkins.” O subtítulo do livro é: “Uma resposta ao fundamentalismo ateísta de Richard Dawkins.”1 McGrath, um ateu que se tornou cristão, fez doutorado em biofísica molecular em Oxford. Ele apresenta, em seu livro, uma resposta magistral a Dawkins. Este artigo está centrado na resposta de McGrath a Dawkins, com minha própria posição crítica. A ideia inicial para este artigo surgiu quando ouvi McGrath dar uma poderosa resposta a Dawkins durante uma conferência em Cambridge, Inglaterra, em abril de 2007.

Assim, do que trata Dawkins?

Vomitando veneno

O título do livro de Dawkins, Deus, um Delírio,2 diz tudo – não necessita de subtítulo. Já no prefácio, ele coloca as cartas na mesa: “Se este livro funcionar do modo como espero”, diz ele, “os leitores religiosos que o abrirem serão ateus quando o terminarem” (Dawkins, p. 23).

A arrogante previsão pode fazer alguém estremecer um pouco. De que material quebradiço é a fé que tenho? Mas então, como se ele próprio se apoiasse para um completo nocaute em menor grau, Dawkins joga uma irrisória advertência na mistura: “É claro”, ele diz, “que fiéis radicais são imunes a qualquer argumentação, com a resistência erguida por anos de doutrinação” (Dawkins, p. 23).

Aprofundando-se mais no tema no capítulo 2, este professor de ciências de Oxford se transporta rapidamente a seu alvo principal: “O Deus do Antigo Testamento é talvez o personagem mais desagradável da ficção [as palavras são carregadas]: ciumento e com orgulho; controlador mesquinho, injusto e intransigente; genocida étnico e vingativo, sedento de sangue; perseguidor misógino, homofóbico, racista, infanticida, filicida, pestilento, megalomaníaco, sadomasoquista, malévolo” (Dawkins, p. 43).

Tal como Dawkins vê, muitos dos problemas do mundo vêm por seguirmos cegamente a esse ou a outros caprichosos deuses – ficções da mente humana. Semelhantemente ao famoso Beatles John Lennon, ele ousa sonhar com “um mundo sem religião”. Seria um lugar “sem ataques suicidas, sem o 11/9, [...] sem as Cruzadas, sem caça às bruxas, [...] sem as guerras entre israelenses e palestinos, sem massacres sérvios/croatas/muçulmanos, sem a perseguição a judeus como ‘assassinos de Cristo’, [...] sem evangélicos televisivos de terno brilhante e cabelo bufante tirando dinheiro dos ingênuos” (Dawkins, p. 18, 19). Convenientemente, Dawkins ignora os massacres de incalculáveis milhões por ateus tais como Adolf Hitler e Joseph Stalin.

As pessoas inteligentes não se interessam por religião – e especialmente os cientistas! “Grandes cientistas que professam religião”, diz Dawkins, “se destacam por sua raridade e são objeto de uma perplexidade divertida por parte de seus pares da comunidade acadêmica” .3 Dawkins diz que certa vez perguntou a Jim Watson, “gênio fundador do projeto Genoma Humano”, “se ele conhecia muitos cientistas religiosos naquela época”. Watson respondeu: “Virtualmente, nenhum” (Dawkins, p. 112).

Em resposta a essa reinvindicação, no entanto, McGrath destacou que naquele mesmo ano em que Deus, um Delírio foi publicado (2006), “Owen Gingerich, um notável astrônomo de Harvard, produziu um livro intitulado God’s Universe, declarando que ‘o universo foi criado com intenção e finalidade e que esta crença não interfere na iniciativa científica.’ Francis Collins publicou seu Language of God, no qual argumenta que a maravilha e a ordem da natureza apontam para um Deus Criador, muito mais na linha da tradicional concepção cristã. [...] E o cosmólogo Paul Davies publicou seu Goldilocks Enigma, discutindo a existência de ‘delicados ajustes’ no universo” (McGrath, p. 33).

“A base do itinerário de Deus, Um Delírio”, diz McGrath, é que “o ateísmo é a única opção para as pessoas sérias, avançadas e pensantes”.4 A experiência religiosa está “associada com a atividade patológica do cérebro” (McGrath, p. 33, 66). O evangelho, diz Dawkins, é ficção, é como se apelar para a geração vindoura. Dawkins oferece algo parecido a uma garantia espiritual: “É possível ser um ateu feliz, equilibrado, ético, intelectualmente realizado” (Dawkins, p. 18).

É um esforço consciente, calculado da parte de Dawkins – uma “batalha épica contra a religião”. É como McGrath o define (McGrath, p. 51). Para ele, Dawkins vê a ciência e a religião como “travadas em uma batalha de morte. Somente uma pode emergir vitoriosa – e deve ser a ciência” (McGrath, p. 46). O objetivo de Dawkins, diz McGrath, é “a destruição intelectual e cultural da religião” (McGrath, p. 24). Ele golpeia para matar; para acabar com o cristianismo de uma vez por todas.

O tendão de Aquiles de Dawkins

Deus, um Delírio não é um livro pequeno. Suas 420 páginas contêm uma multidão de reivindicações e acusações, tornando uma resposta detalhada impossível. Com isso em mente, quero destacar aquilo que considero o tendão de Aquiles de Dawkins: toda a estrutura.

Em um resumo dos seis pontos do capítulo “Por que quase com certeza Deus não existe”5 (penso que é o capítulo pivô do livro), o primeiro ponto de Dawkins talvez encerre o ponto central do livro: “Um dos grandes desafios para o intelecto humano, ao longo dos séculos, vem sendo como explicar de onde vem a aparência complexa e improvável de design no universo.” 6

Como Dawkins lida com esse desafio básico? Esse é o problema aqui.

Dois argumentos criacionistas o preocupam neste contexto: (1) o argumento da improbabilidade; e (2) o argumento da irredutível complexidade.

1. Improbabilidade. Em termos simples, o argumento da improbabilidade sugere que a complexidade que vemos no interior e ao nosso redor exige que haja uma inteligência superior por trás de tudo. Ou, para parafrasear o modo como o próprio Dawkins descreve (citando Fred Hoyle): A probabilidade de a vida ter surgido na Terra, por si só, é equivalente à “chance de um furacão, ao passar por um ferro-velho e ter a sorte de construir um Boeing 747” (Dawkins, p. 123).

No entanto, diz Dawkins, tais argumentos aparentemente convincentes, são feitos somente por aqueles que não sabem nada sobre o processo de seleção natural (Dawkins, p. 124).

Citando Daniel Dennett, a quem ele descreve como o “filósofo cientificamente esclarecido”, Dawkins argumenta que não tem como “uma coisa superinteligente fazer uma coisa menor”. O leigo tentaria fabricar um exemplo de design inteligente sugerindo que “você nunca verá uma ferradura fazendo um ferreiro” ou “um vaso fazendo um ceramista”. Mas Dawkins diz confiante: “A descoberta por Darwin, de um processo viável que faz uma coisa tão contrária à nossa intuição, é o que torna sua contribuição ao pensamento humano tão revolucionária.”7 Incrível!

O que está sendo defendido aqui por Darwin, Dennett e Dawkins é que contrária à intuição, ferraduras fazem ferreiros! Um pensamento extraordinário, com certeza!

E como isso acontece? Não por acaso (Dawkins odeia esta palavra), mas por seleção natural (Dawkins, p. 131). “A seleção natural”, diz Dawkins, “é o maior guindaste de todos os tempos. Ela elevou a vida da simplicidade primeva a altitudes estonteantes de complexidade, beleza e aparente desígnio que hoje nos deslumbram” (Dawkins, p. 87).

O resultado final do seu argumento é que, uma vez que a seleção natural é responsável por tudo o que vemos ao nosso redor, “Deus é um delírio”. Tal lógica confunde a cabeça e exige que as pessoas abandonem o senso comum.

2. Complexidade irredutível. Popularizado por Michael J. Behe em A caixa preta de Darwin8, a complexidade irredutível sugere que as formas de vida que hoje conhecemos – mesmo as mais simples – são compostas de integração, de componentes interdependentes, sendo por demais complexas para terem evoluído pouco a pouco através do acaso ou pela seleção natural. Neste contexto, Darwin apontou para seu próprio olho como suscitando um problema particularmente difícil – e Dawkins repete as palavras de seu mestre. Darwin disse: “Supor que o olho, com todos os seus initáveis artifícios para ajustar o foco a várias distâncias, para admitir várias quantidades de luz e para corrigir aberrações esféricas e cromáticas, tenha sido formado pela seleção natural parece, confesso abertamente, o grau mais elevado de absurdo” (Dawkins, p. 134).

É uma observação extremamente irrefutável. Mas Darwin (com Dawkins o apoiando) encontraria uma forma em torno disso. A opinião de Darwin, de acordo com Dawkins, foi meramente um “dispositivo retórico” para seduzir seus oponentes para mais perto dele. Assim, poderia administrar um golpe mais forte. Esse golpe, diz Dawkins, “era a explicação simples de Darwin sobre como de fato o olho evoluiu gradativamente” (p. 134).

Para se ter a explicação de Dawkins para tal proeza, vejamos uma parábola que ele usou no livro A Escalada do Monte Improvável.9 Ele imagina uma montanha com um despenhadeiro em um lado, “impossível de escalar”. Mas “o outro lado é uma encosta de subida amena até o topo”. “No topo, está um dispositivo complexo, como um olho.” Os proponentes de design inteligente sugeririam que tal complexidade “possa se montar sozinha, espontaneamente”10, mas é uma “ideia absurda”, ele argumenta, pois seria como “por um pulo só, do pé do penhasco até o cume” (Dawkins, p. 133).

Mas Dawkins sugere que a evolução, em vez de tomar o lado íngreme da montanha, pois não é o caminho apropriado, “vai por trás da montanha e pega a subida amena até o topo: fácil!”

Assim, o quadro que Dawkins descreve é de uma vasta quantidade de materiais primordiais (como se nós soubéssemos de onde tais coisas vieram!) lentamente ascendendo o “Monte Improvável”. Cada unidade particular, em algum momento, chega ao estado máximo de complexidade. Então, de alguma forma, liga-se com outras complexidades para formar discretas, vigorosas entidades que funcionam! Talvez impressionado pela fantasia de tudo, Dawkins diz que “se a complexidade irredutível puder ser adequadamente demonstrada, isso arruinará a teoria de Darwin” (Dawkins, p. 136).

Mas a complexidade irredutível não necessita de demonstração, ela é a realidade. E é difícil ver por que qualquer um substituiria a especulação irracional de Dawkins pela simples seriedade da afirmação bíblica: “No princípio criou Deus [...]” (Gênesis 1:1, ARA).

Onde me apoio

O período contemporâneo tem visto uma onda de ataques a Deus, à Bíblia e a todas as coisas religiosas – em trabalhos tais como Breaking the Spell, de D. C. Bennett (2006)11; o Atheist Universe, de D. Mills (2006)12 e God Is Not Great, de Christopher Hitchen (2007).13 Ao subir em um ônibus em Chicago no início de novembro, conversei com um companheiro que participava de uma conferência. Antes de nos separarmos, entregou-me uma propaganda de um livro de um certo Bob Avakian, intitulado Away With All Gods!14

É uma verdadeira epidemia anti-Deus, grande parte dela relacionada à filosofia pseudocientífica. É fácil desocuparmos a área, enroscando o rabo entre as pernas como cães assustados. Além do mais, muitos de nós (eu mesmo em primeiro lugar) não somos cientistas. Se você é como eu, terá hesitação para adentrar os portões da comunidade científica sem permissão. Contudo, como seres humanos livre-pensantes, temos o direito, penso, de não nos curvarmos a um fundamentalismo ateu, com cada pitada tão intolerante quanto o seu oposto religioso.

Dawkins representa essa intolerância. McGrath, sendo ele mesmo um cientista, descreve Dawkins como o ateu que “equivale ao astuto discurso do fogo do inferno, substituindo a retórica turbopropulsora e a manipulação altamente seletiva dos fatos para o pensamento cuidadoso, baseado na evidência”. É um “abuso das ciências naturais no interesse do fundamentalismo ateu”, diz McGrath (p. 11). Após uma série de Dawkins na BBC, McGrath disse: “Esta é uma série designada para deixar os espectadores com a impressão de que a religião é a raiz de todo o mal. Um colega cientista, veterano ateu, disse-me em Oxford [...]: ‘Não julgue o restante de nós por este baboso pseudointelectual’” (p. 51).

Para finalizar, apresento dois pontos:

1. Como McGrath, não estou impressionado pelo uso seletivo de Dawkins de instituições religiosas e de pessoas para expressar o que ele quer dizer. “Há [...] um grupo lunático para cada movimento”, McGrath sugere. “E uma das característas da polêmica antirreligiosa de Dawkins é apresentar o patológico como se fosse o normal, o grupo periférico como se fosse o centro, os loucos como se fossem o comportamento dominante” (p. 22).

Ainda assim, acho lamentável que cristãos, pessoas de todas as religiões, tenham fornecido a Dawkins e a outros ateus tanta munição para seus ataques. Quando Dawkins maldiz a educação religiosa das crianças, por exemplo, ele é capaz de convincentemente apontar os flagrantes abusos de crianças cometidos dentro do âmbito da educação religiosa cristã. Que vergonha para nós!

Para citar outro exemplo, os ateus britânicos estão levantando fundos para afixar cartazes nos ônibus de Londres, expondo a agenda deles. Os anúncios dizem: “Provavelmente não existe Deus. Pare de se preocupar agora e aproveite a sua vida.” Dawkins se comprometeu a fazer doações de mais de 9.000 dólares americanos. Tem havido uma resposta entusiástica de certos setores do público britânico. “Dissemine a palavra”, disse alegremente um contribuinte, “e transfira esse disparate supersticioso para a lata de lixo da história!”15

O mais preocupante que encontrei em tudo isso foi que a campanha surgiu em reação às propagandas cristãs naqueles mesmos ônibus, com endereço de Web para um site que condenava o não convertido a uma “eternidade em um ‘tormento no inferno’”.16 O que aconteceria se os que colocaram aqueles anúncios cristãos tivessem se preocupado em permanecer fiéis às Escrituras nesse ponto sensível?

2. O imunologista de Oxford, Peter Medawar, ganhador do prêmio Nobel, aponta que há questões “transcendentes” que “a ciência não pode responder, e que nenhum avanço concebível da ciência a autorizaria a responder”. Questões como: “De que maneira tudo começou? Para que estamos todos aqui? Qual o sentido da vida?”17

Tais questões têm a ver com protologia e escatologia. A protologia, o estudo das origens (como chegamos aqui etc.), momentaneamente nos ocupou na seção anterior: “O tendão de Aquiles de Dawkins.” E vimos um pouco da tortuosa tentativa de Dawkins para lidar com ela. Aqui notamos o vazio de sua escatologia – o que ele mesmo chama de “o destino final de nosso universo”. “Dependendo dos valores [de certos números], o nosso universo pode estar destinado a se expandir indefinidamente, ou pode se estabilizar num equilíbrio, ou a expansão pode se reverter e virar contração, culminando no chamado ‘big crunch’” (Dawkins, p. 158).

Que quadro desolador! Mais desolador ainda se o pusermos nas palavras de Bertrand Russell, um dos mentores filosóficos de Dawkins. Russell previu que “o trabalho de todas as gerações, toda a devoção, toda a inspiração, todo o meio-dia de brilho do gênio humano estão destinados à extinção na vasta morte do sistema solar”.18

Por que alguém aceitaria esse desanimado prognóstico no lugar do que a Bíblia oferece? Em toda a sua elegância, o profeta de Patmos afirma:

“E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a Santa Cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: ‘Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo! [...] E Deus limpará de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem dor’ [...] E o que estava assentado sobre o trono disse: ‘Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve, Escreve, porque estas palavras são verdadeiras e fiéis’” (Apocalipse 21:1-4; 22:4, The Message* ). É aqui onde me apoio.

Roy Adams (Ph.D., Universidade de Andrews) é editor associado da Adventist Review. Este artigo foi adaptado da publicação inicial na Adventist Review.

Referências

1. Alister E. e Joanna Collicutt McGrath. The Dawkins Delusion? Downers Grove, Illinois: IVP Books, 2007. No Brasil, o título é O Delírio de Dawkins. São Paulo: Mundo Cristão, 2007. Não obstante a co-autoria do livro, todas as referências neste artigo são de Alister McGrath, como se ele fosse o único autor, um procedimento que eles mesmos seguem no livro.

2. Richard Dawkins. Deus, um delírio. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
3. Ibid., p. 112.
4. Id.
5. Ibid., p.123.
6. Ibid., p. 171. Grifos do autor.
7. Ibid., p. 128. Grifos do autor.
8. Michael J Behe. A caixa preta de Darwin. Rio de Janeiro, Zahar, 1997.
9. Richard Dawkins. A escalada do monte improvável. São Paulo: Companhia das Letras, 2006.
10. Casualmente, os proponentes do design inteligente não sugerem que a complexidade “possa se montar sozinha, espontaneamente,” como sugere Dawkins, mas de preferência que uma inteligência seja responsável pela montagem.
11. Nova York: Penguin, 2006.
12. Berkeley, CA: Ulysses Press, 2006.
13. Nova York: Twelve Hachette Book Group, 2007.
14. Chicago: Insight Press, 2008.
15. Disponível em: .
16. Ibid.
17. Citado em McGrath, p. 39. Grifos do autor.
18. Disponível em: .
*The Message foi escrita em uma linguagem contemporânea, atual, recente e compreensível.im

TRATAMENTO DE CHOQUE



ESSE DEVIA SER O TRATAMENTO PARA JOVENS INFRATORES

NÃO ACREDITO NA BÍBLIA DIZ PADRE

NESSE VÍDEO VEJA ABSURDO QUE O PADRE FALOU

RECOMENDO DOIS LIVROS

                                                                                           NESSE VÍDEO RECOMENDO DOIS LIVROS VEJAM